quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que é um Livro?

          Em concreto, é um monte de folhas escritas, encadernadas.
          Para a maioria da população, algo sem sentido, que aborrece, que desperdiça tempo...
          Para o grupo restrito a que eu me orgulho de fazer parte, um livro é uma aventura, um destino marcado, um romance perdido, um mundo novo e empolgante... no fim, um livro é tudo o que sonhámos na infância. Um lugar onde nos pudemos refugiar e viver os nossos sonhos.

          Ler desenvolve o nosso intelecto, desenvolve a nossa maneira de julgar e pensar, a nossa personalidade. Estamos num planeta muito belo, é verdade, mas também com o seu lado negro. Enquanto criança, os livros ensinaram-me tanto a enfrentar os meus medos como me mostraram um lugar onde poderia refugir-me.
          A todos os autores, Obrigado. Todos vós me fizeram crescer sem deixar de sonhar e imaginar. Ás vezes, comparo-me um pouco com o próprio narrador do "Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry tentando, inutilmente na maioria das vezes, perceber os Adultos.

          Obrigado, a todos vocês que nos têm vindo visitar, mantendo viva a minha esperança de que os leitores portugueses aumentam em vez de se desaparecerem.

Pedro.

"O mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar."
 Eugène Delacroix  

"Ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faz nosso o que lemos."
John Locke 


"Saber ler é acender uma luz no espírito."
Pearl Buck 

domingo, 11 de setembro de 2011

Os Pilares da Terra II

Autor - Ken Follet
Género - Romance Histórico
Páginas - 608
Editora - Editorial Presença


Do mesmo autor do
thriller "A Ameaça", chega-nos o primeiro volume de um arrebatador romance histórico que se revelou ser uma obra-prima aclamada pela comunidade de leitores de vários países que num verdadeiro fenómeno de passa-palavra a catapultaram para a ribalta. Originalmente publicado em 1989, veio para o nosso país em 1995, publicado por outra editora portuguesa, recuperando-o agora a Presença para dar continuidade às obras de Ken Follett. O seu estilo inconfundível de mestre do suspense denota-se no desenrolar desta história épica, tecida por intrigas, aventura e luta política. A trama centra-se no século XII, em Inglaterra, onde um pedreiro persegue o sonho de edificar uma catedral gótica, digna de tocar os céus. Em redor desta ambição soberba, o leitor vai acompanhando um quadro composto por várias personagens, colorido e rico em acção e descrição de um período da Idade Média a que não faltou emotividade, poder, vingança e traição. Conheça o trabalho de um autêntico mestre da palavra naquela que é considerada a sua obra de eleição.

Opinião :
" Nada é sagrado" era o que estava escrito na apresentação da série. E não podia haver uma afirmação que representa-se melhor a história na sua totalidade.
Arrependo-me veemente de ter visto primeiro a série televisiva, apesar de obviamente haver muitas diferenças com o livro. Acho que esta história teria me marcado ainda mais se não conhecesse, no fundo o "esqueleto" ,todos os segredos, e todas as personagens. O suspense perdeu-se.
Esta é uma obra que nos leva ao séc. XII na Inglaterra, ao período de instabilidade política, e guerras civis que ficou conhecido como " Anarquia".
No centro da obra está a construção de uma catedral. Um tema muito interessante na minha opinião, e que me fez reflectir. No entanto tive algumas dificuldades na visualização de todo o espaço e por isso todas as descrições da catedral, e toda a arte nela, foram um pouco cansativas para mim.
Em torno dela giram conspirações, por um lado há quem a queira construir, por outro há quem tenha todo o interesse em que não aconteça por razões políticas e pessoais. Há também um mistério em torno da morte de um homem inocente, em que estão envolvidos personagens que se tornaram poderosos após esse acontecimento.
E claro existe a história de amor, muito bem desenvolvida, de maneira natural.
Deparamo-nos com uma corrupção e crueldade imensa no seio da Igreja; poderosos bispos e ambiciosos padres e arcediagos têm as mão manchadas de sangue, sangue de inocentes.
Absolvem pecados horríveis em nome da ambição e poder. Para grande parte os fins justificam os meios.
Mas no fim, conseguimos ver restos de humanidade, e arrependimento em alguns personagens que não julgaríamos possível. Num dos personagens mais cruéis e diabólicos há a sugestão de maus tratos psicológicos, de indução de medo na infância que contribuíram para a criação de um monstro.
Assim considero todos os personagens muito humanos.
Penso que o ultimo capitulo deveria ter acabado dentro da Catedral, dentro do sonho de Tom e Jack. Afinal a história girou em torno dela, e o último parágrafo podia ter sido com palavras que ficariam a ressoar muito após fecharmos o livro.
Fé, amor, ambição, poder, corrupção, perseverança, luta e triunfo são algumas palavras com que posso descrever este maravilhoso romance Histórico.

Personagens favoritos - Philip ( pela sua humildade, bondade e capacidade de perdão que emociona), Jack (pela sua inteligência, curiosidade e inocência), Aliena (pela sua força e coragem), Ellen e Thomas Becket

Avaliação-
8/10